Os últimos movimentos da Sarney são inteligentes. Independência do Legislativo, democratização da malha institucional, liberação do tecido social são iniciativas alvissareiras. Todas estas informações precedem ao anúncio do secretariado de governo.
A mídia "amilhada" é orientada à falar de ações do governo. Retira-se o personalismo tão comum às administrações anteriores. Hoje é o governo quem pagará o 13°, não mas ROSEANA SARNEY.
Trombeteiam o desenvolvimento chegando, estradas se abrindo, petróleo jorrando. Por trás escondendo-se no conteúdo latente, o velho "script" do "Maranhão Novo" de novo.
Governo de técnicos, choque de gestão, contenção dos gastos públicos são maravilhas públicas anunciadas, que se esfarelam com a simples leitura dos jornais. Basta para isso, compulsar as declarações contraditórias do Secretário de Planejamento. No mesmo instante em que sacrifica o funcionalismo com contenção de gastos, libera R$5 Milhões para os Deputados comprarem paletós.
Erro irreparável da Sarney foi particularizar a ação de governo . Governos modernos são pensados no plural, portanto jaz subjacente a idéia inicial do "melhor da sua vida".
Para cada ação séria deste governo, haverá uma reação contrária e em proporção maior. Para chegar-se ao resultado desta equação política, basta diminuir das recentes declarações de Fábio Godim às de Ricardo Murad. Exemplo são as emendas parlamentares fixadas pelo governo em R$ 1,5 Milhão e majoradas por Ricardo Murad em R$2,5 Milhões.
Como as emendas são individuais, só esta reação já representa algo significativo, que ao se repetir a cada ano, tem efeito devastador no fim do governo, ainda mais considerando a maneira como são conduzidas e destinadas.
Cada furo é seguido de remendo , assim transforma-se o Orçamento em tábua de pirulito, que apesar de tudo é doce.